terça-feira, 20 de maio de 2008

A história

URCA – MARCA DA NOSSA TERRA
A União Recreativa e Cultural da Abrunheira, faz parte da identidade desta Abrunheira contemporânea. Desde que existe, tem marcado todos os acontecimentos da nossa Terra. Não exageramos se dissermos que a Abrunheira sem a URCA não seria a mesma comunidade, e a URCA, considerando a forma como nasceu e cresceu, não o seria noutra terra qualquer.
A URCA – UNIÃO RECREATIVA E CULTURAL DA ABRUNHEIRA
Nasceu e começou a andar assim:
No dia 3 de Janeiro de 1975, reunimos uma grande Assembleia no local onde funcionava a sede do Grupo Desportivo e se chamava "A Sociedade". Neste local existe hoje uma casa de habitação normal, reconstruída há alguns anos e é na Av MFA uns 100 metros do Chafariz quando se desce, do lado direito.
Foi declarada a criação da URCA-UNIÃO RECREATIVA E CULTURAL DA ABRUNHEIRA, e foram logo eleitos os Órgãos da nova Associação. Direcção, Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal. Assinaram o livro de presenças, e, por consequência passaram a ser Sócios fundadores, pouco mais de 30 pessoas.
A Assembleia de Fundação teve muita participação dos presentes que incluía, para além dos mais jovens, também pessoal do antigo Grupo Desportivo.
Este dia 3 de Janeiro de 1975 foi um marco importante para a história da Abrunheira, e devia ser comemorado sempre com a inerente dignidade. Durante muitos anos a data era assinalada com festividades a preceito, fosse dia de semana, Domingo ou Feriado.
Para quem não conhecia a época e as circunstâncias, é importante saberem que o Sócio da URCA, ou melhor , a Sócia, registada nesse dia com o número um, foi a Cristina Peniche. Tinha 14 anos, e a seguir, esse movimento dos mais jovens, era uma escadinha até aos 20 anos.
Neste início de 1975, o País vivia um trajecto revolucionário que depressa chegaria ao "verão quente" de 75, ponto alto do PREC (Processo Revolucionário Em Curso), com todas as fracturas inerentes às circunstâncias.
Entretanto, a URCA começou a andar e preparou o Carnaval de 75 com um programa de estalo. Como já tinha acontecido antes, o Sr.Saraiva da serração disponibilizou umas instalações que tinha a servir de armazém, para apresentação do programa. Foi um grande sucesso, e isso deu mais força aos jovens dirigentes para continuarem, no entanto, era cada vez mais sentida a falta de instalações, não só para sede, mas local onde se pudesse desenvolver uma actividade cultural e recreativa continuada e devidamente programada.
Nesta altura, e a exemplo do que se passava um pouco por todo o País, também os dirigentes da URCA começaram a inventariar possíveis locais abandonados, ou que pelo menos não estivessem a ser usados, afim de instalarem a Associação e poderem desenvolver os seus projectos. A discussão à volta desta temática não foi fácil, pois embora a prática estivesse banalizada por toda a parte, havia quem achasse que não se devia ir por aí, e, foi exactamente nesta fase, que a unidade foi mais difícil de manter. De qualquer forma a lista dos locais possíveis estava feita, e, exactamente o local onde hoje estamos, era apontado como favorito. Tudo muito em segredo, porque, tal como noutras coisas, a surpresa era decisiva para a coisa correr bem.

Chegamos à noite de 18 de Abril de 1975 e, com a mensagem passada de boca em boca, uma boa parte da população da Abrunheira, veio instalar-se na “Quinta do João da Batata” (nome pelo qual era conhecida a quinta) para ficar. Na época, era uma felicidade enorme participar no entusiasmo da quase totalidade da população. Este dia 18 de Abril passou a ser assinalado festivamente e como preparação do grande dia 25 de Abril uma semana depois.

A partir daqui a história da URCA é outra, será a própria Abrunheira, pois tudo se vai passar aqui. É aqui que nasce e cresce o GITU – GRUPO DE INTERVENÇÃO TEATRAL DA URCA, é aqui que se organiza e desenvolve o GRUPO CORAL ALENTEJANO OS UNIDOS DA URCA, é aqui que se vão organizar bailes e festas, é para aqui que se transfere o centro da nossa Terra. Mas os jovens dirigentes da URCA queriam muito mais do que (e foi muito) veio de facto a acontecer. O grande objectivo era a criação do Centro Social, o espaço deveria ter uma utilidade mais abrangente ao nível de toda a população e não só dos sócios da URCA. Foi então que se definiu que no Centro Social da Abrunheira caberiam; A URCA, Creche e infantário, apoio para idosos, posto médico e tudo o mais que se enquadrasse neste espírito. Infelizmente o Centro Social nunca se institucionalizou e, a par da URCA, só a Associação dos Reformados e Idosos, (pela mão do nosso saudoso António Vieira e imbuído neste espírito) fez vida autónoma neste espaço colectivo.
Texto escrito por Silvestre Felix fundador da URCA